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a vidinha como ela é

(e uma mãe que mete a mão em tudo) por Claudia Borralho

a vidinha como ela é

(e uma mãe que mete a mão em tudo) por Claudia Borralho

sobre a amamentação

30.07.13 | Claudia Borralho

Confesso que não resisti e fui ler o post da Pipoca sobre amamentação e depois, certamente embebida da mesma curiosidade bimba que nos faz ler os comentarios das noticias ou ver o toddlers & tiaras, fui ler as 14 páginas de comentários ao dito post.

 

Primeiro que tudo posso dizer que fiquei agradavelmente surpreendida pelo facto da Pipoca ter experimentado amamentar. Já o facto de ter decidido ficar-se pelo biberão não me surpreendeu de todo.

 

Ao primeiro filho era bastante fundamentalista nesta coisa da amamentação. E ainda bem que era. Só isso me permitiu aguentar o primeiro mês até a coisa estabilizar e deixar de doer. Tive pena de depois andar baralhada e acabar por optar secar o leite tinha ele 5 meses.

À segunda filha eu já estava muito mais preparada, mas as duas mastites deram-me a volta e continuei a amamentar apenas de manhã e à noite.

Mais importante que as mastites foi o que aprendi com a depressão. Amamentar é maravilhoso mas é realmente mais importante a mãe estar bem.

 

Sem sombra de dúvidas - Mãe feliz = bebé feliz!

 

Mas até onde levamos esta questão da mãe feliz? Ai córror eu quero lá estragar o pipi e dizem que doi muito vou mas é fazer uma cesariana. Ai eu tentei dar de mamar mas doia tanto tanto que até sangrei e por isso dei-lhe biberão desde os 7 dias. Ai o meu leite era fraco e estava a perder peso por isso dei-lhe biberão com 2 semanas. Ai que me doia tanto as costas quando estava grávida que tomei uns quantos ibuprofenos. Epá, dava-me jeito ir ali fazer um concerto neste dia por isso bora lá antecipar o parto e ter um prematuro e deixo-o com a avó enquanto vou para fora do país. Bora lá induzir o parto às 37 semanas que o bebé já não está lá a fazer nada.
Estarei a exagerar?

Parece que agora tudo tem de ser facilitado. Doi um bocadinho, epá pára-se já que tenho ali um pozinho na lata que serve perfeitamente. Não te apetece, então não faças, alguem ha-de fazer por ti. Não consegues à primeira, então desiste. Discutiste com o marido, epá divorcia-te já.

 

O leite artificial é um progresso cientifico maravilhoso, mas não é nem nunca será melhor que o leite materno.

 

E a justificação do "eu fui amamentado e nunca fiquei doente" também já está a ficar velhinha (e parvinha). É como dizerem: eu todos os dias como no McDonalds e nunca me fez mal, quero lá saber de alimentação saudável.

Ficam uns excertos de um artigo que conheci via os comentários da Pipoca (yay, pelo meio há lá alguns comentários informados):

Existem algumas características do leite materno que o tornam inimitável, por mais que a tecnologia avance na produção de leites industrializados tentando, obter a cada dia, leites mais parecidos com o leite materno.
A primeira destas características ímpares do leite materno é a variabilidade de composição. O leite materno tem uma composição variável acompanhando a constante variação das necessidades da criança. Desta forma, sua composição varia não só ao longo do tempo, acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança, como também ciclicamente, ao longo das 24 horas de cada dia. O leite produzido no período matutino é mais concentrado, enquanto o leite produzido a tarde possui uma proporção maior de água. (...)

O leite da mãe do prematuro é diferente do leite da mulher que teve seu filho durante um período gestacional normal. Entre outras diferenças o leite da mãe do prematuro possui uma concentração maior de ácidos graxos poli-insaturados de cadeia média, essenciais ao amadurecimento do sistema nervoso central, para compensar o encurtamento da vida intra-uterina.(...)

Outra característica do leite materno, impossível de ser imitada pela industrialização do leite de vaca, é o seu repertório de elementos de defesa contra micróbios.(...)

Finalizando, gostaria de lembrar o que disse no primeiro desses artigos sobre amamentação: a decisão de adotar o aleitamento exclusivo tem um preço: de início incomoda muito mais. Porém o “investimento” vale a pena e tem retorno garantido.

 

E sobre a pressão para dar de mamar? Enfim... vão sempre existir comentários mauzinhos. Está na nossa cabeça interpretá-los.
Eu tive uma enfermeira do serviço de neonatologia a reclamar comigo que as mães só querem amamentar e depois os bebés perdem peso. Assim tal e qual. Felizmente foi com a segunda filha que ao sair da maternidade até já estava a recuperar o peso perdido pós parto, mas tivesse sido à primeira e o resultado poderia ter sido muito diferente. Muito provavelmente se eu não quisesse amamentar e alguém me perguntasse se não ia amamentar eu poderia interpretar isso como pressão para amamentar (e na verdade era apenas uma pergunta interessada...)

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