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a vidinha como ela é

(e uma mãe que mete a mão em tudo) por Claudia Borralho

a vidinha como ela é

(e uma mãe que mete a mão em tudo) por Claudia Borralho

sobre a depressão

01.07.13 | Claudia Borralho

isto: A minha mãe tem depressão! E eu?

A presença da mãe para o desenvolvimento e crescimento da criança é de extrema importância. A mãe precisa de energia física e psíquica para acompanhar todas as etapas da vida do seu filho, protegendo-o, traduzindo o mundo e satisfazendo as suas necessidades. 
É ela (a mãe) que dá a oportunidade do bebé conhecer o mundo, oferecendo o equilíbrio que a criança precisa para organizar todas as novidades que chegam diariamente. 
Se a depressão materna se instala, principalmente se ocorrer na infância ou adolescência dos filhos, um grande impacto no desenvolvimento, seja comportamental ou psicológico, recai sobre eles. 
Desde o nascimento que bebé precisa da ajuda da mãe para conseguir sentir-se seguro, confiante e poder desenvolver-se motor e cognitivamente. Uma mãe depressiva nesta etapa torna-se ausente e empobrecida de estímulos para seu filho. O bebé pode demonstrar alguns sintomas de irritação com a atitude depressiva da mãe. É um bebé mais choroso, tem mais cólicas, não tem um contato visual constante com sua mãe ou com estranhos. A interacção deste bebé com o mundo será precária e ele irá identificar-se mais com o rosto de alguém triste do que com um alegre.
Uma criança com uma mãe depressiva apresenta maiores probabilidades de desenvolver alterações emocionais, uma depressão, por exemplo, tal como a mãe. 
As mães depressivas têm problemas em impor limites. Tanto podem ser demasiado permissivas, como rígidas. Esta dificuldade faz com que as crianças, principalmente entre os 18 e 42 meses, tenham dificuldade em relacionar-se com os seus pares, criando relações inseguras, desorganizadas e com problemas evidentes no comportamento. 
Alguns estudos realizados demonstraram maiores índices de dificuldades escolares, seja por déficit de atenção ou distúrbios de aprendizagem, um maior comportamento de risco e um maior número de acidentes com os filhos de mães depressivas. 
Um grupo de pesquisadores publicou um artigo na revista Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry que relatava o comportamento de adolescentes cujas mães apresentavam episódios depressivos. Verificou-se um maior número de consumidores de drogas ilícitas, iniciação precoce da actividade sexual e maiores taxas de abandono escolar. 
Os filhos, desde pequeninos, espelham-se bastante no comportamento materno. Protecção, acolhimento, apoio e imposição de limites dados pela mãe são cruciais na formação e consolidação da personalidade das crianças. 
Nestes casos o apoio da família, terapêutico e social é um importante suporte para que as mães depressivas possam exercer sua função de protecção em relação aos seus bebés. 
Um pai presente poderá amenizar e diminuir os riscos negativos que a depressão materna acarreta na vida dos filhos. 
E quanto mais cedo a depressão for tratada, menor será o impacto no desenvolvimento das crianças.


Foi dificil deixar de me sentir culpada em relação ao pós-parto do gabriel e finalmente o diagnóstico da depressão tinha ele já 15 meses. E agora a culpa volta toda ao de cima. A educadora do Gabriel descreve o seu comportamento como "bipolar"*, basicamente a sua maturidade está pelo menos um ano atrasada e piorou muito agora com as ausências do pai. À mínima coisa ele chora como se tivesse 3 anos, outras alturas já parece um menino grande. E nisto o que mais me preocupa é que vêem aí mais grandes mudanças na vida dele - mais um irmão (ou irmã) e a entrada na primária. Parte de mim está bastante arrependida de não o ter colocado no pré-escolar público logo no ano passado.

*Disclaimer (3/7/2013):
Nunca imaginei que este post viesse despoletar reacções tão negativas. Falava aqui em relação ao artigo que está em cima e a nossa situação pessoal. Como já referi nos comentários a palavra "bipolar" nunca foi referida pela educadora, tendo sido apenas uma interpretação face à minha situação e ao comportamento do Gabriel que observamos em casa. O Gabriel poder ter frequentado o pré-escolar público no ano que termina iria servir para que ele se habituasse ao novo espaço, novas rotinas e pessoas antes de todas as grandes mudanças que aí vêem. Precisamente por valorizar imenso a opinião da sua educadora e saber que ele está nas melhores mãos possíveis é que optamos por mantê-lo na mesma instituição. Na verdade eu gostaria bastante que a Oriana também tivesse o mesmo privilégio de passar pelas mesmas mãos que têm acolhido o Gabriel, no entanto esse parece ir ser um privilégio do bebé da barriga. Mas sei que ela continua muitissimo bem com quem a tem acompanhado até agora e com quem a irá acompanhar no futuro.
Se já houve uma fase (no ano passado) em que realmente questionamos se o Gabriel precisaria de outro tipo de acompanhamento (psicológico) neste momento essa questão não se coloca. As suas emoções e maturidade podem ter sofrido um retrocesso, mas ele não é diferente de muitos outros meninos. Obviamente que não posso deixar de me preocupar com tudo o que tem vindo a despoletar esse retrocesso e com o qual eu me sinto como a grande causadora. Mas também não conseguiria fazer as coisas de outra forma, como tal é seguir em frente e caminhando.



e isto:



I'm fine. Save me.
The signs are there if you read them. Help us save a life before it's too late.

Pain isn’t always obvious. To show how we often miss the warning signs, we created ambigrams and printed the ads upside down in magazines. At first glance, the reader sees a positive phrase. But when the ad is inverted, the copy reveals a sentiment quite the opposite – revealing the hidden feelings of those who are lost and depressed.

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