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As noites e manhãs são uma tortura.
Já não me bastava a dificuldade para dormir resultante do meu tamanho, falta de mobilidade e dores nas virilhas - que tornam qualquer mudança de posição uma tarefa hercúlea e fazem-me ficar ali quietinha a ver se a vontade de fazer xixi vai embora porque não quero ter de me levantar - agora tenho um puto a dormir em cima de mim.
Passo as noites meio acordada, não me consigo mexer, nem esticar e estou constantemente a tapá-lo.
Oh por favor, eu preciso de espaço para dormir, pelo menos espaço!!!!
Depois por volta das 6h30/7h começa a segunda ronda. Ouço o pai na casa de banho e começo um mantra interior, por favor não acordes hoje, não acordes hoje. Mas ele acorda sempre. Vai ter com o pai. Chateia-o, berra um bocadinho e nunca o quer deixar sair de casa.
Depois vem ter comigo outra vez. Traz livros, carros, brinquedos, lápis. Hoje contou-me histórias atrás de histórias e o volume cada vez mais alto. Eu sou queria descansar um bocadinho.
Por volta das 8h30 lá me encho de coragem e levanto-me. Anda lá vá, vamos fazer aerossóis e vestir e comer a papa.
Não se quer vestir, e eu só a pensar que em casa comigo é que eu não aguento o dia todo. Finalmente lá consigo a sua colaboração para vestir e seguimos para comer a papa. Começa a dizer que não quer ir para a escola... Apesar de já ser bastante tarde (quase 10h) lá fazemos um acordo de que assim que acabar o desenho animado "X" vai para a escola.
O desenho animado termina e começa o genérico, ele diz que ainda não acabou. Eu deixo o genérico terminar e desligo a tv. Berros, berros, berros, não quer ir para a escola.
Lá o levo de arrasto. Uma vez lá não me quer largar e desata no beicinho seguido de pranto.
Não sei como vou aguentar 6 semanas disto, principalmente considerando que cada dia que passa os "sintomas" se agravam.