O gabriel sempre foi um bebé e um menino que precisa das suas coisas, das suas rotinas, do seu espaço. Ainda me lembro bem das férias pesadelo quando tinha 4 meses e o ar magnifico de felicidade dele quando voltamos para casa.
Óbvio que toda a gente comenta que ele se habitua, se adapta, uma grande treta é o que isso é, nós é que nos fomos adaptando às necessidades dele e aprendendo a contorná-las.
Grande parte da minha terapia da depressão consistiu em habituar-me a mandar o gabriel para casa dos avós, umas horas, uma noite, um fim de semana.
E ele adora ficar com os avós, mas lá está tudo o que seja mudanças às suas rotinas acaba por trazer repercussões.
É certinho direitinho que sempre que volta de casa dos avós vai ter mais dificuldade para dormir. Pede que fique ao pé dele, que lhe dê colo, demora eternidades para adormecer.
Com o tempo ele lá percebe que a mãe não o abandonou e volta ao esquema habitual, história, beijinhos e adormece ainda antes de eu sair do quarto.
Quanto mais alterada for a rotina pior são as repercussões.
Dormiu com os avós no sábado e ao voltar custava a adormecer, veio ter comigo durante a noite e tudo. Depois na terça como fomos às urgências ter com o médico teve de ficar com a avó. Quando o fomos buscar ainda não tinha adormecido e conta a avó que tudo estava a correr bem até ele pedir beijinhos da mãe.
O resto das noites da semana têm sido péssimas, custa horrores para adormecer e acorda imensas vezes de noite, a choramingar baixinho a chamar pela mãe.
Este fim de semana vai ficar com os avós e estou a preparar-me para mais uma semana da treta.
E agora imaginem como será daqui por uns largos meses quando a mãe aparecer em casa com um bebé novo depois de ter andado desaparecida durante dois ou três dias?
Vai parecer a noite dos mortos vivos...