Tenho um colega que está agora à espera do terceiro filho. No outro dia perguntei-lhe se já sabia o sexo. Vai ser um rapaz. Ainda não fizeram a ecografia morfológica mas já sabem o sexo há muito tempo.
Logo no início resolveram fazer aquele teste para descobrir o sexo, assim só pela piada :) (custou cerca de €90 e não é comparticipado).
Mas mesmo que não o tivessem feito teriam descoberto o sexo pelos resultados da amniocentese. Fizeram porque a mulher já tem 36 anos e a primeira filha já tem uma trissomia.
Isto deixou-me espantada e perguntei-lhe se fariam a interrupção caso uma nova trissomia fosse detectada. Respondeu-me que não sabia, mas que cuidar de um filho com trissomia já pode ser difícil, dois seria mais complicado.
Eu sempre achei que numa próxima gravidez iria dizer que não a uma amniocentese, seria perfeitamente incapaz de abortar um filho meu, e sinceramente não sei o que será melhor, viver uma gravidez angustiada sem nunca saber o verdadeiro grau de deficiência que o meu filho poderá ter ou passá-la na santa ignorância de achar que vem aí um bebé perfeitamente saudável. Já para não referir que uma amniocentese comporta uma série de riscos. Os médicos gostam sempre muito de se defender relatando tudo de mau que possa acontecer, como o choque anafiláctico que me referiram por diversas vezes sempre que eu levantava a questão de não colocar soro durante o parto, mas para estas coisas eles gostam é de fazer o teste. E eu pergunto porquê quando um dos riscos é o aborto espontâneo?
Depois leio isto: De seguida ela informou-me que a seguir eu ia fazer o exame bioquímico. Ups, lá tive de chatear outra vez... E esse exame é o quê? Para que serve? "Não é nada, é apenas um exame de rotina que se faz a casais jovens". Pois sim, mas e serve exactamente para quê? "é um exame de rotina, é só tirar sangue, e serve para fazer o despiste da Trissomia 21." Então nesse caso não estou interessada em fazer esse exame. Olá!! Aqui a Srª Drª levantou pela primeira vez os olhos dos papeis e olhou para mim. Já nem sei o que ela disse, eu e o Eduardo lá íamos dizendo que não pensávamos abortar em caso de malformações, que esta criança ia nascer se quisesse, e que não sentíamos necessidade de saber agora caso alguma coisa acontecesse.
e começo a colocar mais coisas em causa.
O rastreio bioquimico já não apresenta riscos como a amniocentese, mas serve basicamente para o mesmo, a possível detecção de trissomias e/ou outras deficiências. Não tem riscos, mas é mais uma análise (esta vá lá sem jejum), mais um tirar sangue, e é cara!
Será que vale a pena saber de antemão a probabilidade do que aí vem? Principalmente quando já sabemos que o vamos receber de igual forma?
E a título de conclusão resolvi perguntar ao meu colega se da primeira gravidez tinham feito estes testezinhos todos da praxe. Tanto a translucência da nuca como o rastreio bioquimico tiveram resultados absolutamente normais. Óbvio que não estamos a falar de um caso grave de trissomia, mas ainda assim é caso para pensar.