![39semanas]()
Antes de engravidar informei-me muito e muito sobre gravidez, mesmo assim não estava preparada para o que aí vinha. Vi as minhas amigas passarem por gravidezes sem grandes problemas e achei que não havia de ser muito diferente.
Sempre idealizei trabalhar até ao último momento, ser uma grávida cheia de energia e ter o parto por volta das 38 semanas.
O primeiro trimestre foi dos mais felizes e dos mais ansiosos. O tempo custava muito a passar, o cansaço extremo marcou este período, nunca enjoei, mas também não suportava o cheiro a comida. E as dores nas costas que eu achava serem exclusivas do fim da gravidez, apareceram logo às 5 semanas.
Foi por volta das 11 semanas que comecei a pintar o quarto do gabriel. Muitos acharam que era muito cedo para o fazer, como é que podes pintar o quarto quando nem sabes se é menino ou menina? Mas não foi nada cedo, foi precisamente na altura certa. Umas semanas mais tarde e teria sido impossível fazê-lo.
O segundo trimestre tantas vezes apelidado de "estado de graça" foi a pior altura da gravidez. Às 18 semanas fui internada com uma infecção no rim direito e passei cerca de um mês em casa. Mas foi igualmente no dia que fui às urgências, o primeiro dia que senti o gabriel a mexer.
Depois de passar várias semanas a trabalhar alguns dias a partir de casa, com a chegada do 3º trimestre vim definitivamente para casa. Continuei a trabalhar mais algumas semanas até à semana 33 que marcou o início da "baixa". Sentia-me muito cansada e as dores nas costas eram cada vez mais insuportáveis.
Começaram a aparecer esporadicamente umas dores no rim esquerdo e eram exactamente iguais às dores de cólica renal da infecção às 18 semanas. Quando as dores pioraram lá fomos novamente às urgências e apesar das análises não revelarem nada tomei à mesma o antibiótico. Haviam várias teorias, podia ser um princípio de infecção ou serem contracções. Depois de me ter quase convencido de que eram contracções agora acho que se tratava mesmo do início de mais uma infecção no rim. As dores no rim já praticamente desapareceram e quando aparecem já é só uma moinha muito leve. E seria muito estranho serem contracções só do lado esquerdo.
Enfim, chegamos às 39 semanas, e eu nunca pensei chegar aqui. A palavra de ordem é "colo fechado". O gabriel sente-se bem na piscina privativa e não quer nascer. E eu começo a ouvir uma das palavras que eu não queria ouvir na gravidez: indução.
O miúdo tem mais uns dias para se decidir a sair sózinho, e eu tenho mais uns dias para me mentalizar de que vou provavelmente fazer a indução, com tudo a que isso dá direito: soro desde o princípio, mais dor, vários reforços de epidural, mais demorado. E se por um lado as mexidelas constantes do gabriel são bastante tranquilizadoras, uma placenta já em grau 3 não é (mesmo o médico dizendo que é normal para este tempo de gravidez).
Nas próximas semanas já vou ter o meu bebé cá fora, mas preferia mesmo que ele saisse sozinho em vez de termos de efectuar a ordem de despejo. Por isso, vê lá se te decides miúdo!
![miminho]()