Gosto de ouvir as conversas dos outros. Gosto de ouvir o que dizem de mim quando não estou lá. Muitas vezes é exactamente o mesmo daquilo que é dito quando estou presente, mas soa a mais verdadeiro e por outro lado vemos exactamente aquilo que memorizam, aquilo que marca da nossa personalidade, do que fazemos e do que dizemos. Cusquices...
Quando vou no autocarro gosto de observar as pessoas. Aquele rapaz bem bonito com os seus 20 anos a caminho da faculdade, a senhora de mais idade com o neto falador, a rapariga loura que de uma forma algo subtil está em pânico por causa de uma abelha e até os bandos de raparigas adolescentes que falam das aulas, de rapazes, das discussões com os professores e as colegas rivais, sempre com a segurança de alguém que acha que já sabe tudo!
Mas também gosto de espreitar para dentro dos carros, usar e abusar daquela situação privilegiada de olhar de cima, o senhor que tira macacos do nariz porque acha que ninguém está a olhar para ele, um casal que discute e outro que mais uns minutos e já colocamos uma bolinha vermelha no canto superior direito, as crianças no banco detrás, os cães com a cabeça de fora.
Ontem fui surpreendida por algo delicioso, estava eu a espreitar cá para baixo quando de repente vejo um rapaz a olhar para cima e a fazer adeus. E foi delicioso porque não era daqueles adeus para alguém que se conhece... era um adeus para mim, assim tipo como os que as crianças fazem quando vão sentadas no banco detrás da carrinha para a praia :) Eu sorri, e ele sorriu de volta, e eu fui muito mais bem disposta para o trabalho. Porque é que gestos simples, como sorrir a um estranho são tão raros hoje em dia? Às vezes até parece que são proibidos, mas ainda não se paga imposto para sorrir, pois não?
Bater em conjunto os ovos, o açucar e a manteiga. Depois juntar o chocolate, as avelãs, a farinha, a baunilha e o nescafe. Levar ao forno. Simples não é? ;) Vamos a ver se me lembro bem das quantidades... ora 2 ovos, uma chavena de manteiga, uma chavena de açucar, 3/4 chavena de farinha, 60 gr de chocolate derretido, avelãs q.b., uma colher de chá de nescafé e uns pozinhos perlimpimpim de baunilha. Espero que esteja certo...
Eu e a Sandra eramos inseparáveis. Sentavamo-nos sempre na mesma carteira, lá bem ao fundo na aula para fazermos, escrevermos e falarmos sobre o que quisessemos enquanto a aula decorria. Gostavamos das mesmas coisas e pensavamos de forma semelhante... não em tudo como é óbvio! Por exemplo, gostavamos sempre de rapazes diferentes o que, quando se trata de melhores amigas, dá imenso jeito concerteza :) Não sei onde pára a Sandra agora, já lá vão quase 9 anos desde a última vez que falei com ela. Moravamos longe uma da outra e fomos para cursos diferentes em universidades diferentes. Tenho pensado muito na Sandra ultimamente, falta-me aquela amiga do liceu, tão próxima que nos completa a alma, tão próxima que é um amor como só acontece no liceu. Ontem sonhei com a Sandra, um sonho tão vivo que acordei a meio da noite e não conseguia voltar a adormecer porque não parava de pensar nela. A Sandra adorava escrever e construia histórias fantásticas, eu gostava muito que ela se tivesse tornado escritora... será que a Sandra se casou? será que tem filhos? será que também ela pensa em mim de vez em quando? No outro dia descobri uns cartões de visita que eu e a Sandra fizemos, o meu dizia VIP (não somos todos Very Important Persons?), mas mais importante no da Sandra estava o telefone e a morada dela. Acho que lhe vou ligar... Por acaso não vive ou viveu aí uma rapariga chamada Sandra Ribeiro?